120 da República, que se completam neste ano, com debates e reflexões sobre a falta de igualdade de direitos na sociedade brasileira. No próprio Senado, observa-se, os senadores ainda se tratam como nobres, ao usarem a expressão "Vossa excelência".
A concentração de renda e a desigualdade social brasileira não deveriam ser características de uma República que completa 120 anos. No Reino Unido, por exemplo, que é uma monarquia, a diferença de qualidade entre a escola do príncipe e a escola do filho de um trabalhador não é tão grande quanto é no Brasil a diferença entre a escola do filho de um rico e aquela do filho de um trabalhador.
A República completa 120 anos do ponto de vista do regime político, mas não completa do ponto de vista social, educacional, da igualdade de direitos que é a definição da república, a causa do povo.
Depois de 20 anos, por exemplo, a República do Irã lançou um satélite artificial e a Índia, em 50 anos de República, enviou um satélite à Lua. O Brasil não avançou tanto quanto esses dois países do ponto de vista da independência tecnológica.
Quando vivíamos na monarquia, as pessoas sabiam que ao nascer fariam parte de uma aristocracia ou de uma plebe e a República deveria mudar isso. Hoje, quando nasce uma criança, já se sabe se ela vai fazer parte de uma aristocracia ou não. Então, não mudou a divisão de classes no Brasil em 120 anos de República.
Desde a proclamação da República, o Brasil viveu 36 anos sob ditaduras. É preciso debater a concentração de renda no Brasil, que é mais brutal do que em algumas monarquias,bem como discutir formas de se completar a abolição da escravidão.
Senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
Fonte: Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Postado por Sulamita Gabriele
A concentração de renda e a desigualdade social brasileira não deveriam ser características de uma República que completa 120 anos. No Reino Unido, por exemplo, que é uma monarquia, a diferença de qualidade entre a escola do príncipe e a escola do filho de um trabalhador não é tão grande quanto é no Brasil a diferença entre a escola do filho de um rico e aquela do filho de um trabalhador.
A República completa 120 anos do ponto de vista do regime político, mas não completa do ponto de vista social, educacional, da igualdade de direitos que é a definição da república, a causa do povo.
Depois de 20 anos, por exemplo, a República do Irã lançou um satélite artificial e a Índia, em 50 anos de República, enviou um satélite à Lua. O Brasil não avançou tanto quanto esses dois países do ponto de vista da independência tecnológica.
Quando vivíamos na monarquia, as pessoas sabiam que ao nascer fariam parte de uma aristocracia ou de uma plebe e a República deveria mudar isso. Hoje, quando nasce uma criança, já se sabe se ela vai fazer parte de uma aristocracia ou não. Então, não mudou a divisão de classes no Brasil em 120 anos de República.
Desde a proclamação da República, o Brasil viveu 36 anos sob ditaduras. É preciso debater a concentração de renda no Brasil, que é mais brutal do que em algumas monarquias,bem como discutir formas de se completar a abolição da escravidão.
Senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
Fonte: Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Postado por Sulamita Gabriele