MENSAGEM

Interação escola-família contribui para a aprendizagem
A interação da escola com a família dos alunos foi apontada por 14 redes municipais, entre 37 pesquisadas, como um dos fatores importantes para o sucesso da aprendizagem. As relações com a comunidade foram citadas por 12. Os resultados do estudo, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Ministério da Educação, e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), deram origem à publicação Redes de Aprendizagem – boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender.

Os resultados da pesquisa mostram que as escolas adotam diferentes estratégias para concretizar a aproximação escola-família. Em Mortugaba, município localizado no sudoeste da Bahia, a 743 Km de Salvador, a Escola Municipal Décio Carvalho desenvolveu um projeto de matemática, em 2007, que mobilizou pais e alunos de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. A escola promoveu uma feira na rua, em frente à escola, para que os alunos tivessem experiências concretas de aprendizagem relativas ao sistema monetário. Os alunos venderam verduras, ovos, frangos, salgados e doces. Os pais participaram, ajudando a conseguir os produtos a serem vendidos, fazendo quitutes, e também trabalhando nas barracas. A comunidade foi convidada a participar, por meio de carro de som e notícias na rádio.

A atividade foi tão bem sucedida que será realizada novamente este ano. “Os alunos gostaram muito, por ser uma atividade real, concreta. Mesmo alguns estudantes que não gostavam muito de matemática, agora pedem para a escola fazer de novo a feira”, salienta a diretora da escola, Rosimeire Guimarães Souza.


Mãe busca mais diálogo entre pais,alunos e escolas.

28.08.2008

A necessidade de ampliar o diálogo entre pais, alunos, e escolas levou uma idealista mineira, mãe de cinco filhos, a dar início a um trabalho de muita luta, ainda na década de 1980. Sem local certo para realizar reuniões, Iedyr Gelape Bambirra promovia encontros onde era possível. Por vezes, até em escadarias eram feitas reuniões.


Até que, em 1987, conseguiu o registro definitivo para a Associação Pais e Alunos de Minas Gerais (Aspa/MG). Atualmente, Iedyr é presidente da Federação de Associações, Pais e Alunos de Minas Gerais (Faspa/MG), em Belo Horizonte, que tem cerca de 200 entidades afiliadas, congregando pais e alunos do maternal até o ensino superior, tanto de escolas públicas quanto particulares. Também é presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos (Confenapa), com sede em Brasília (DF).

“Até agora os pais não têm o acesso que deveriam ter às escolas. Muitos colégios ainda são fechados a uma maior participação e os pais são barrados”, diz Iedyr. Em sua opinião, a presença da família na escola é de suma importância, até para diminuir a violência. “O autoritarismo de diretores é a denúncia mais generalizada. Quando os pais estão presentes há mais respeito com os alunos. Isso impede que eles se sintam humilhados e se revoltem”, acredita. Além disso, afirma Iedyr, vários diretores de escolas ainda impedem a criação de grêmios estudantis, embora seja uma atividade prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente.